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ILUSTRAÇÃO: VALD RIBEIRO

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Infeliz Natal*

24 de dezembro de 2020
Em Atualidade, Clássicas
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Em algum lugar, algumas pessoas se reunirão animadamente para comemorar o Natal. Unirão num mesmo espaço irmãos, primos, primas, tios, pais, avôs, alguns amigos próximos, namorados etc. Pessoas daqui, dali e alhures.  Reunirão preferencialmente na casa dos anciãos da família. Quem sabe reunirão na casa de um destes de idade mediana, mas os velhinhos serão presença obrigatória, inclusive os membros da família portadores de comorbidades.  Os idosos lembrarão do coronavírus, mas aceitarão resignados a festa fraterna. Os mais informados sobre o potencial de destruição do vírus, tentarão dissuadir da festa, mas serão voto vencido. Vencerá a vontade da maioria – os que diziam em alto e bom som: “também não é bem assim”.

A vida pede passagem! Então, bolas para a covid-19. Precisamos comemorar a vida! Por que furtar-se da tradição de todos os anos? Por que privar-se de mais uma festa, ainda mais a de Natal? Já ficamos tanto tempo isolado. E este medo da covid-19 é coisa de maricas conforme disse o Presidente. A vida continua, a vida é bela! É Natal!

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Cada um dos chefes de família trará um prato especial. Muitos trarão presentes, trarão principalmente um baita apetite para comer e beber das delícias do Natal. Como beber e se alimentar de máscaras? Convém deixá-la abaixo do queixo. Melhor tirar e colocar no bolso, na bolsa, ou num cantinho da estante.  Um momento de liberdade! Quem vai evitar um abraço, três beijinhos, tapa amistoso nas costas? É tempo de confraternizar-se! É Natal! Nada de regras da OMS! Abaixo a ciência, tudo ao prazer!

E todos se divertirão nesta noite como sempre fizeram antes da pandemia. E para mostrar que estão bem mesmo, e para esquecer da doença que assola o mundo, uns contarão piadas, outras vão bater resenhas…voz alta para todos escutarem ─ é uma forma de mostrar que nenhum, dos convivas tossem ou espirram… então… não estão de covid. Outros conversarão ao pé do ouvido e sem máscara ─ afinal, com tanto alarido não tem como conversar de máscara!

E a festa correrá numa boa. Se fartarão de beber, de comer, de sorrir até que o dia amanheça e a manhã avance serena e calma.  Uma criança serelepe pedirá mais rabanada e  a mãe, distraída dos hábitos de higiene anti-covid, pegará ─ sem cerimonias e sem higienizar mais uma vez as mãos ─  a guloseima na mesa e dará para a criança, que comerá tranquila, feliz e alheia ao  risco que corre.

Os avôs receberão os presentinhos dos filhos, dos netos, receberão deles os abraços, os beijos. Tudo tão lindo. Sem máscara, tirarão fotos juntos com toda a família. Fotos que ficarão para a e eternidade, para a  recordação da família. Mas as fotos deste ano, entre tantas outras tiradas nos natais passados, entrarão para a história: serão a mais triste de todas, as mais dolorosas, as únicas que trarão remorsos. Remorso pelos que não sobreviveram à covid-19. O coronavírus, alheio à fé e à ignorância dos organizadores do evento, irá circular nesta noite  de Natal tranquilo, impassível e invisível.  Um idoso, que ainda viveria muito, não fosse a fatídica festa dessa noite, receberá como presente o coronavírus. Dois idosos, quem sabe, sofrerão…morrerão vítima de convid-19…  um jovem que não tinha nenhuma comorbidade também sofrerá muito e morrerá.  E ano que vem, entre remorsos, os artífices desta festa coletiva  ─   que não deveria ter sido realizada hoje ─ estarão remoendo em tristeza e depressão, tristes estarão ruminado: “por que não seguimos as regras dos especialistas em Saúde? Por que fomos tão irresponsáveis? Por que não esperamos mais um pouquinho?”  E o Natal de 2021, embora com muitos sobreviventes da festa deste ano, será uma noite de tristeza. Melancólico, rememorarão aqueles que morreram por causa de uma festa natalina coletiva que não deveria ter acontecido. Sabiam disso! Sabiam, mas fizeram a festa coletiva! Bem que poderiam ter aguentado mais um pouco e não teriam feito aquele encontro fatídico do Natal de 2020! Bem que poderiam ter seguido os conselhos dos especialistas em saúde…   para que em 2021 não faltassem  na foto, entes queridos vítimas, não da covid-19 em si, mas impaciência e da intransigência dos artífices da ceia coletiva  ─  que não deveria ter acontecido em 2020.

Carlos Peanquin

*Não desejamos que alguém seja contaminado pelo coronavírus neste Natal, nem nas festas de Ano Novo, nem em  nenhum outro momento. A crônica acima é apenas um alerta a todos para que repensemos as nossas atitudes para esta noite de Natal.

Nota do editor:

Desejamos que este Natal seja maravilhoso para você e seus familiares.  Que tudo ocorra bem e que ano que vem você e todos os demais membros de sua família possam comemorar a vitória sobre o coronavírus, comemorar   todas as felicidades que chegaram ou estarão chegando. Para isso, é preciso que eu, você, todas as famílias seguremos a barra mais um pouquinho e façamos uma festa mais íntima apenas em nossos respectivos lares, somente com os que habitam esse espaço, para que assim venhamos a garantir que as festas do ano que vem,  o Natal de 2021 e os demais dias de 2021 sejam felizes e com a presença viva de todos a quem amamos e nos amam.

Tags: vald ribeiro
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